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Saiba qual é o dia de São Carlo Acutis e o que isso tem a ver com o Brasil

Carlo Acutis morreu em 2006, aos 15 anos, vítima de uma leucemia fulminante. Como acontece com a maioria dos santos, a Igreja Católica  escolheu a data de sua morte para marcar a festa litúrgica: 12 de outubro. Carlo Acutis nasceu em 3 de maio de 1991, em Londres.

A exceção a essa tradição vale apenas para a Virgem Maria e para São João Batista, celebrados no dia de seus nascimentos.

No caso de Carlo, a coincidência chama atenção: sua festa acontece no mesmo dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Essa não foi a única ligação. Um milagre atribuído à sua intercessão, reconhecido pelo Vaticano e decisivo para sua beatificação, aconteceu no Brasil também em um 12 de outubro.

Por isso, tanto sua mãe quanto sacerdotes envolvidos no processo lembram que a história de santidade de Carlo Acutis guarda uma relação especial com o Brasil.

“Carlo nunca esteve no Brasil, mas morreu no dia de Nossa Senhora Aparecida, está numa paróquia onde o padre é brasileiro, tem irmãs capuchinhas brasileiras cuidando dele e o milagre reconhecido é no Brasil. Eu não entendo.”

 

 

A morte de Carlo Acutis

 

Poucos dias antes de sua morte, no dia 6 de outubro de 2006, Carlo apresentou hematúria, um sangramento na urina. Após consulta médica e exames iniciais, não foi constatada gravidade.

No dia seguinte, o jovem já não conseguia se mover sozinho e precisou da ajuda do pai para levantar-se e usar o banheiro. Um médico da família sugeriu que fosse levado à Clínica De Marchi, em Milão.

Segundo relato de sua mãe, os médicos não tiveram dúvidas após os primeiros exames.

“Como se fosse hoje, voltam à minha memória as palavras que nos disse o médico pouco depois dos primeiros exames: ‘Carlo foi atingido, sem possibilidade de dúvida, por uma leucemia de tipo M3, ou leucemia promielocítica’.”

 

O adolescente foi transferido para a terapia intensiva, com auxílio de aparelhos respiratórios. Em seguida, foi encaminhado ao Hospital San Gerardo de Monza, que possuía centro especializado no tratamento da doença.

 

Ao chegar ao hospital Carlo afirmou que não sairia dali:

“Eu não saio vivo daqui; prepare-se.”

Poucas horas depois, entrou em coma e faleceu.

“Alguns instantes antes de entrar em coma, ele me disse que teve um pouco de dor de cabeça. Não me alarmei com isso, pois continuava vendo-o, sim, sofrendo, mas, ao mesmo tempo, sereno.  No entanto, poucos instantes depois, fechou os olhos, sorrindo. Não mais os abriu. Parecia que estava apenas cochilando. Pelo contrário, entrara em coma por causa de uma hemorragia cerebral que, no espaço de algumas horas, o levou à morte.”

Os médicos diagnosticaram morte cerebral às 17h45 do dia 11 de outubro. Sua mãe, no entanto, pediu que o respirador fosse mantido ligado até a parada natural do coração.

Sua morte foi registrada às 6h45 do dia 12 de outubro.

 

O milagre no Brasil

 

O elo com o Brasil se fortaleceu com o milagre que abriu caminho para sua beatificação. O caso ocorreu em Campo Grande (MS), em 2013.

Um menino chamado Gabriel sofria de pâncreas anular, condição rara em que o órgão envolve o intestino, impedindo a digestão.

 

Sem cura possível pela medicina, a família recorreu à intercessão de Carlo Acutis. No dia 12 de outubro, levou o menino a uma igreja onde estavam expostas relíquias do santo.

 

Após as orações, exames mostraram que o pâncreas havia se reposicionado de forma natural, algo considerado impossível.

O caso foi estudado por médicos e reconhecido oficialmente pelo Vaticano como milagre atribuído ao jovem italiano.

O padre Marlon Múcio, de Taubaté (SP), reforça o laço de Carlo Acutis com o Brasil.

“O milagre aconteceu numa festa de Nossa Senhora Aparecida, numa comunidade dedicada a ela, e depois o dia litúrgico do Carlo passou a ser justamente o 12 de outubro. Para mim, o Carlo é muito brasileiro, embora nunca tenha vindo aqui.”

“Estou destinado a morrer.” Essas palavras, ditas dois meses antes de sua morte, abrem o filme.

Na tela, a história é contada em uma narrativa que mescla depoimentos de pessoas que conviveram com Carlo com cenas dramatizadas por um ator parecido com ele.

Amigos, sacerdotes e familiares relatam suas experiências, mostrando como sua vida curta deixou marcas profundas.

A obra, já exibida em diferentes países, mostra Carlo não apenas como personagem histórico, mas como jovem capaz de inspirar novas gerações.

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